Por Lourival Antonio Cristofoletti
Quando
alguém falhar por perto – ou fizer algo que lhe desagrade – e você
entender que se mostra inevitável uma intervenção sua,procure dar seu
recado de maneira embasada,construtiva,sem precisar,em cada
intervenção,fazer um chato e repetitivo sermão,com raiva,uma
cronologia rigorosa dos eventos desagradáveis,usando hipérboles que
distorcem e ampliam a dimensão do problema.Por isso,quando entender
que um feedback se mostra indispensável,que ele seja breve,focado,sem
utilizar palavras trágicas e desqualificantes.
Fique
longe das ameaças,também,principalmente daquelas que você e todos os
outros sabem que nunca serão cumpridas.É desagradável passar a sensação
de que o outro que está sendo advertido mostrou-se criança,irresponsável,que não tem jeito nem merece esperanças,de que é um
inútil,uma grande decepção. Muitas vezes é o seu foco que pode estar
distorcido,em função do seu alto nível de exigência e sua desmedida
expectativa em relação a si,ao outro,ao mundo.
Não
se leve tanto a sério:veja se você tem essa dimensão que imagina.Muitas vezes pode se mostrar oportuno apenas momentaneamente engolir a
sua contrariedade,filtrá-la,dosá-la,mensurá-la,pesá-la, aguardando,pelo menos,uma breve decantação para,então,atenuados os ânimos,decidir qual será a sua melhor atitude e a sua melhor postura no caso.
Cuidado,se o seu impulso de falar pelos cotovelos é irrefreável,com broncas
longas e ineficazes:só servem para desgastar e enfraquecer a sua imagem
e esfriar ainda mais a relação.Se do jeito que você tem feito não
surte resultado algum,já passou do tempo em pensar em outras
estratégias de abordagem,condução e tomada de decisão.
Podem
se mostrar mais apropriadas algumas palavras escolhidas,ditas num tom
assertivo,de forma breve, fora do momento da raiva,acompanhadas do
sentimento de que você também se preocupa com o que acontece à pessoa –
em vez de apenas colocar seus pesados dedos nas feridas alheias,como
se,de camarote,assistisse a todas as mazelas alheias do mundo.
Reza
a lenda que cabe sempre ao mais maduro ponderar,manter a calma –
principalmente se está com a razão.Se não agir assim poderá estar
correndo o risco de passar recibo de que é uma pessoa insensível,ou
exagerada,ou centralizadora,ou ansiosa,com os pés distantes da
realidade e que perde o senso e a razão quando se irrita.
Esta
reflexão pode se constituir – se você o permitir – um alerta e um
convite à conscientização de que, muitas coisas que estão em jogo na
situação,poderão ter um surpreendente e inusitado positivo impacto,
quem sabe determinando um marco divisor em sua existência.
E
ai:o que entende que seja possível fazer por si mesmo?Como poderia
começar?Então,tá:se baixar um pouco a sua guarda,poderá alinhar os
seus ingredientes,ponderar sobre a sua realidade.Irá procurar fazer os
reposicionamentos possíveis após suaves reflexões,abrindo espaços,aí
sim,para consistentes e reparadores aprendizados.
Está
bom por hoje,ou ainda precisa de mais alguns rótulos para o Produto
“Você” ficar mais bem acabado, adornado,resolvido,compreendido,aceito,amado?Já parou para pensar que o maior beneficiário da sua
evolução de comportamento será você?Lembro-lhe que a vida pode escoar
entre destemperadas intervenções:é o que me vem à mente e que posso lhe
sugerir e lhe desejar por ora,pois a vida cobra consequências.
(fonte:http://www.contioutra.com/a-vida-cobra-consequencias/)
Fraternos Abraços