Sabe aquele dia que você é pego de surpresa sobre a morte de alguém? Não
importa o quanto a pessoa seja próxima ou não, começamos a pensar em
inúmeras coisas. Você vem, constrói uma vida, idealiza sonhos e de
repente, não esta mais aqui! As lembranças ficam vivas nos primeiros
anos, mas elas desaparecem. Os objetos mudam de lugar, o cheiro deixado
nas roupas se perdem e chegará um dia que só se lembrarão por causa de
algumas fotos antigas jogadas em algum canto empoeirado.
As pessoas nascem, boa parte delas não são resultados de amor e de
planos, são apenas acidentes. Uma noite de porre, algumas garrafas de
bebida, um pouco de estresse, vontade de sair da rotina e surge um
acidente. Um ser indesejável, ali começando sua vida. Talvez o erro
comece por ai, mas o assunto é bem mais complexo do que se parece.
Acidente ou não: Nascemos! Estamos exatamente aqui agora e nada muda
isso. Estamos aqui tentando não nos afogar em todos e tantos sonhos que
construímos e se quer conseguimos alcançar metade. Injusto? Não sei!
Estamos aqui, em frente ao nosso espelho ajeitando nosso cabelo e
vestindo aquela roupa padrão que a sociedade nos impôs. Estamos
segurando nossa cintura e pensando porque não temos aquele corpo
perfeito da mulher da novela. Então, respiramos fundo o bastante para
nossa barriguinha parecer negativa, e nem percebemos que negativa mesmo é
nossa vida em torno dessa balela feita por nós; para nós. Nem
percebemos que ao longo dos anos perdemos amigos e os melhores amores,
não por causa dessa onda enfeitada de destino, mas por culpa nossa
mesmo. Pelo apego ao que queriam que nós fossemos, por não nos darmos a
chance de sermos nós mesmos, por não darmos a chance do outro saber o
quão original nós somos. Mas e se no fim nós formos exatamente o que
eles idealizam?
Sabe o que aprendo bastante quando o assunto é morte? Toda vez que alguém vai comentar do individuo, sempre diz:
“Ele queria tanto casar, ser feliz, viajar, conhecer Paris. Estava planejando trabalhar menos, e focar mais na vida.” E
PORQUE NÃO FEZ? Porquê? Eu meu pergunto, porque deixar o trabalho
corroer toda a nossa saúde e humor? Por que não nos dá ao luxo de
acordar mais cedo, apreciar o sol, passar um final de semana numa
fazenda? Por que não nos dar ao luxo de estar perto de quem amamos? De
curtir, sabe CURTIR? Não estou falando de curtir o status do seu amigo
na rede social dele, estou falando de curtir ele! Curtir sua família,
perceber que sua filha perdeu um dentinho da frente e esta toda boba com
isso, ou que seu filho esta gostando da coleguinha de classe e não sabe
como dizer. Ou que seu melhor amigo precisa muito conversar, mas não
acha espaço para se abrir com você.
Estamos sempre adiando o amor, por medo, falta de tempo, trabalho, mas e
se essa mulher já tiver recebido violetas, quando você chegar com um
buque de flores? E se não der tempo de dizer que a ama? E se não houver
pausa para pedir perdão? E se o seu filho já tiver aprendido a se
resolver sozinho quando você perceber que esteve distante demais?
Entende?
Se eu pudesse dar uma lição de vida a cada texto que escrevo, seria
essa: “O tempo é cruel, na mesma medida que é bom, ele pode melhorar as
pessoas ao longo dos anos, assim como pode piora-las. Ele pode ser o
resultado de um casamento reatado, assim como pode ser o resultado de um
casamento desfeito.” Percebeu? O tempo é poderoso, mas este poder esta
em nossas mãos. Nós decidimos o que o tempo vai valorizar ou desgastar.
Nós decidimos o que faremos amanhã.
A vida é uma raridade, que não pode ser perdida…Você pisca, quando abre os olhos já perdeu metade da vida. E ai?
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Escrito por Kelly Soares – Via
Obvious
(fonte:thesecret.tv.br)
Saudações