Quantas coisas reprimimos diariamente? Guardamos sentimentos como quem esconde um tesouro roubado, no entanto, não roubamos sentimentos, portanto, não faz sentido escondê-los de uma forma tão dura assim. Não é mesmo?
“Você
pode se enganar e enganar muitas pessoas fazendo o papel de bonzinho,
de coitadinho ou contar mentiras para não ferir essa ou aquela pessoa.
Você pode esconder tudo de todo mundo, mas o seu corpo sente e reage as
agressões que você tem cometido contra ele.
Se você continua naquele relacionamento que não suporta mais,
naquela rotina que tira a sua alegria, naquela sociedade que já se
desgastou, naquele emprego que rouba o seu prazer, ou naquela amizade
mais falsa que nota de R$ 60,00, o seu corpo vai sentir essas emoções e
como uma bateria, vai carregar e armazenar esses sentimentos, até que um
dia vai explodir como bomba atômica.
Desde crianças, somos obrigados a
segurar ás emoções. Muitos pais ensinam que chorar é “sinal de
fraqueza”, “masturbação é pecado”, “sexo é vergonhoso e ter prazer é
coisa de pessoas sem vergonha”. Desde muito pequeno, vamos sendo
castrados em nossos sentimentos e emoções e quando podemos tomar nossas
próprias decisões, em nome de “convenções da sociedade”, seguramos nossa
raiva, nossa indignação, não abraçamos nossos amigos, não beijamos mais
por uma vergonha besta e ridícula. A menina não abraça a menina por ter
medo de ser chamada de “sapatão”, o menino não abraça o menino com medo
de ser chamado de “bicha” e os homossexuais, escondem seus sentimentos
com medo de serem rechaçados pela família e pela "comunidade."
Assim,
vamos armazenando sentimentos que precisam sair de alguma forma, e
normalmente, todas as emoções se traduzem em raiva e/ou tristeza, uma
sombra que se esconde por trás de sua aparente figura. Quanto mais tempo
você sofrer calado, mais doente vai ficar…” – Paulo Roberto Gaefke
É, de fato, no final das contas, o maior prejudicado é você.
1. O meio-termo entre a necessidade da fala e o silêncio
Sabemos
que o silêncio é sábio, e é sempre bom pensar antes de falar, afinal,
ante algumas palavras ignorantes, ante um comentário fora do lugar ou
ante uma expressão inadequada, optemos sempre por fechar a boca e agir
com mais inteligência do que aquele que fala sem pensar.
Mas devemos encontrar um equilíbrio entre o silêncio e defesa de nossas necessidades:
Silenciar
nossos sentimentos ou nossos pensamentos deixa que, a pessoa que está
na nossa frente, não saiba que está nos machucando, ou que está
ultrapassando alguns limites. Ninguém consegue adivinhar o pensamento
dos outros, por isso se não dizermos aquilo que nos faz mal ou que nos
ofende, as outras pessoas não o saberão.
Existem silêncios sábios e palavras sábias. Saber quando se calar e quando falar é, possivelmente, a melhor habilidade que podemos aprender a desenvolver. Não se trata, de modo algum, de estar sempre caldo ou de dizer aquilo que temos em mente. Os extremos nunca são bons. Mantenha o equilíbrio, mas lembre-se sempre que esconder os sentimentos pode nos machucar. Você permite que outros invadam seu espaço pessoal, que atravessem os limites e que falem por você ou que escolham por você. No final, você será quase uma marionete guiada por fios alheios.
2. As palavras silenciadas convertem-se em doenças psicossomáticas
Você não ficará surpreso em saber que a mente e o corpo estão
intimamente relacionados e conectados. A conexão é tão grande que os
especialistas advertem que quase 40% da população sofre ou sofreu em sua
vida com alguma doença psicossomática.
O
nervosismo, por exemplo, altera nossas digestões, causa diarreias ou a
clássica dor de cabeça. Muitos herpes labiais são desencadeados por
processos de estresse elevados, de nervosismo e febre. Logo, ficar
calado todos os dias e internalizar o que sentimos e o que pensamos gera
em nosso organismo uma alta carga de ansiedade.
Pense
em todas aquelas palavras que não deseja dizer aos seus pais ou aos
seus amigos para não ferir seus sentimentos. Eles fazem as coisas por
você pensando que estão ajudando, quando na verdade não estão
contribuindo. Por que você não conta a verdade?
Tudo isso, no final, irá originar doenças psicossomáticas, enxaquecas, pressão alta, cansaço crônico.
3. Dizer em voz alta suas palavras: a chave do desabafo emocional
Não
tenha medo de escutar sua própria voz, e muito menos que os outros
também o façam. É algo tão necessário como respirar, como comer, dormir.
A comunicação emocional é ideal para o nosso dia a dia, para
estabelecer relações mais saudáveis com os demais e, logicamente, com
nós mesmos.
Aqui vão algumas dicas básicas para obter sucesso:
–
Pense que tudo tem um limite. Se não dizermos em voz alta tudo aquilo
que pensamos e sentimos, não estaremos atuando com dignidade, perderemos
nossa autoestima e o controle de nossa vida. Primeiramente, tome
consciência de que dizer o que está pensando e precisando é um direito.
– Dizer o que você pensa não é causar danos a ninguém. Significa se defender e, por sua vez, informar aos demais de uma realidade que deveriam conhecer.
– Dizer o que você pensa não é causar danos a ninguém. Significa se defender e, por sua vez, informar aos demais de uma realidade que deveriam conhecer.
–Não fique preocupado com a reação das
outras pessoas, não tenha medo. Porém, se você se preocupa muito com o
que pode acontecer, pode se preparar ante as possíveis reações. Um
exemplo: está cansado do fato de que seus pais apareçam em sua casa
todos os finais de semana e que não está tendo relações com seu
companheiro. De que maneira você acredita que irão reagir? Se você
acredita que eles irão ficar chateados, prepare-se para justificar que
não existe razão para magoas. Caso você pense que eles ficarão
machucados, prepare também o modo como irá argumentar, para não
feri-los.
Pense que as palavras,
dizer em voz alta aquilo que sentimos e pensamos é, na verdade, o melhor
modo de liberação emocional que existe. Pratique-o com sabedoria, cuide
de si mesmo.
(fonte:www.psicologiasdobrasil.com.br)
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