domingo, 29 de junho de 2014

A confusão mental:Crença e apego ao ego

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OS VÉUS DO EGO

Primeiro,concebemos o “eu” e nos apegamos a ele.
Depois concebemos o “meu” e nos apegamos ao mundo material.
Como água cativa na roda do moinho,giramos em círculos,impotentes.
Presto homenagem à compaixão que envolve todos os seres.
CHANDRAKIRTI


A confusão mental é um véu que nos impede de ver claramente a realidade,obscurecendo a nossa compreensão da verdadeira natureza das coisas.Na prática,essa confusão nos incapacita de identificar o comportamento que nos permitiria encontrar a felicidade e evitar o sofrimento. Quando olhamos para fora,solidificamos o mundo,projetando nele atributos que de modo algum lhes são inerentes.Ao olhar para dentro,congelamos o fluxo de consciência quando concebemos um “eu” entronizado entre um passado que não existe mais e um futuro que ainda não existe. Acreditamos que vemos as coisas como elas são e quase nunca colocamos em dúvida essa opinião. Atribuímos qualidades às coisas e pessoas e acreditamos que são intrínsecas a elas,pensando “isto é bonito,isto é feio”,sem nos darmos conta de que a nossa mente confere esses atributos àquilo que percebemos.


Dividimos o mundo inteiro em “desejável” e “indesejável”;atribuímos permanência ao que é efêmero e vemos entidades independentes naquilo que é uma rede de relações que se transformam.Tendemos a isolar aspectos particulares de eventos,situações e pessoas,focalizando apenas essas particularidades.É assim que rotulamos os outros como “inimigos”,“bons”,“maus” e assim por diante,e consideramos essas atribuições permanentes.No entanto,se avaliarmos bem a realidade, essa complexidade se torna óbvia.


Se uma coisa fosse verdadeiramente bela e agradável,se essas qualidades de fato pertencessem a ela,nós a veríamos como desejável em todos os momentos e lugares.Mas existe algo neste mundo que seja considerado belo por todos?

Como diz o verso budista:
“Para aquele que ama,a bela mulher objeto de desejo;para o eremita,é uma tentação;para o lobo,uma boa refeição.” 


Da mesma forma,se um objeto fosse intrinsecamente repulsivo,todos teriam uma boa razão para evitá-lo.Mas tudo muda se reconhecermos que estamos apenas atribuindo essas qualidades às coisas e pessoas.Não há,em um belo objeto,nenhuma qualidade intrínseca que o torne benéfico para a mente,assim como também não há nada em um objeto feio que,por causa dessa qualidade, cause dano a ela.


Do mesmo modo,uma pessoa que hoje percebemos como inimiga com toda a certeza é,para outro, objeto de afeição,e poderemos um dia criar laços de amizade com esse mesmíssimo indivíduo. Reagimos como se as características fossem inseparáveis da pessoa e do objeto sobre os quais as depositamos.Assim,distanciamo-nos da realidade e somos arrastados pelo mecanismo de atração e repulsão,mantido em constante movimento por nossas projeções mentais.Nossos conceitos congelam as coisas em entidades artificiais,fazendo-nos perder nossa liberdade interior,do mesmo modo que a água perde sua fluidez quando se torna gelo.

(fonte:www.budavirtual.com.br)

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